Oradores

Benoît Gibson
Departamento de Música, Escola de Artes, Universidade de Évora

Título:
Pensar a música com a matemática

Resumo:
A relação entre a matemática e a música é muito antiga, e surge sempre que se tenta representar alguns aspetos do fenómeno musical através de números. Inicialmente confinada à área da teoria da música, a matemática veio a influenciar os compositores na conceção das suas obras. Esta palestra apresenta alguns exemplos tirados da história da música ocidental em que a matemática é utilizada pelos compositores como ferramenta para elaborar escalas, ritmos, proporções, formas geométricas e aleatórias. Conclui com exemplos mais recentes do uso da matemática, utilizando a ajuda do computador, para compor o próprio som e a sua relação com o espaço.

Nota biográfica:
Benoît Gibson estudou viola d’arco, análise e teoria da música no Conservatório de Música de Montreal no Canadá antes de completar um doutoramento em Música e Musicologia na École de hautes études en sciences sociales em Paris (França). Entre 2000 e 2007 lecionou na Escola Superior de Música de Lisboa. É atualmente professor associado na Universidade de Évora, onde dirige o Departamento de Música. Entre 2008 e 2014, foi diretor da Unidade de Investigação em Música e Musicologia – UnIMeM. Durante este período, liderou um projeto de investigação sobre a edição crítica dos escritos de Iannis Xenakis em colaboração com Makis Solomos e Sharon Kanach. O seu livro sobre a música instrumental de Iannis Xenakis é reconhecido como um contributo significativo para a compreensão do pensamento criativo do compositor.


Carlos Ramos
Departamento de Matemática, Escola de Ciências e Tecnologia, Universidade de Évora

Título:
Teoria do Caos: matemática, física e computação

Resumo:
O desenvolvimento da física, da matemática e da química, nos séculos XVIII, XIX, acompanhou e promoveu uma evolução conceptual e tecnológica que culminou com os conceitos de energia, entropia e com a máquina a vapor – símbolos da revolução industrial. Por outro lado, as mudanças que se iniciaram no século XX, com o aparecimento do computador, da robótica e a descoberta do ADN, relacionam-se antes com a informação e a sua transformação.  Questões científicas chave, e desafios para a matemática, são hoje: a vida, a inteligência, a aprendizagem, o comportamento. Um conceito subjacente a todos estes tópicos é o de ordem do caos. Nesta palestra apresentam-se métodos combinatórios, utilizados na teoria do caos determinista que ilustram como a matemática se modifica também para abordar estas questões científicas e em que medida um sistema físico é também um computador.

Nota biográfica:
Carlos Ramos é licenciado em Engenharia Física Tecnológica (1998), mestre em Matemática Aplicada (2001) e doutorado em Matemática (2006), graus obtidos no Instituto Superior Técnico, Lisboa.
Atualmente é professor auxiliar no Departamento de Matemática da Universidade de Évora, e investigador no Centro de Investigação em Matemática e Aplicações da mesma Universidade. Neste centro coordena o Laboratório da Complexidade. É ainda colaborador do Centro de Filosofia da Ciência da Universidade de Lisboa.
A sua área de especialização está na intersecção dos sistemas dinâmicos e das álgebras de operadores. Os seus interesses de investigação incidem na relação entre as diversas atividades humanas; arte, humanidades, ciência e tecnologia, nas suas vertentes, reflexão e prática.


Dulce Gomes
Departamento de Matemática, Escola de Ciências e Tecnologia, Universidade de Évora

Título:
Estatística: como transformar incerteza em conhecimento útil

Resumo:
A Estatística tem um papel crucial na transformação de informação em conhecimento informado e em tomadas de decisões efetivas e eficazes nas mais variadas áreas do conhecimento humano. Por outro lado, o conhecimento informado das estatísticas de um país potencia a promoção e a participação de jovens e adultos na construção de países mais inclusivos e socialmente mais justos. Nesta palestra iremos explorar a interdisciplinaridade da Estatística através da resposta a diversas questões que se colocam nas áreas da biologia, do direito, da economia, da hidrologia, da medicina, da psicologia, da sociologia, entre muitas outras.

Nota biográfica:
Dulce Gomes é atualmente professora auxiliar no Departamento de Matemática da Universidade de Évora, com doutoramento em Matemática, na área de Séries Temporais pela Universidade de Évora, mestrado em Probabilidades e Estatística, pela Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa e Licenciatura em Probabilidades e Estatística pela Universidade de Évora.
Em termos de investigação tem desenvolvido trabalhos na área da Saúde Pública, nomeadamente no estudo da evolução, ao longo do tempo e do espaço, da Tuberculose em Portugal, bem como dos determinantes associados a esta doença. Outro dos interesses incide no ensino da Estatística, estando neste momento a implementar um projeto-piloto sobre literacia em Estatística: inovação tecnológica e pedagógica, intitulado weRlearning Statistics.


Gonçalo Jacinto
Departamento de Matemática, Escola de Ciências e Tecnologia, Universidade de Évora

Título:
A importância da matemática na Internet e redes de telecomunicações

Resumo:
A utilização diária da Internet e das redes de telecomunicações tem por base modelos matemáticos complexos e métodos que simulam as condições reais destes sistemas para avaliar a sua funcionalidade e adequabilidade, sendo para tal necessário conhecimentos de matemática, em particular de estatística e de processos estocásticos.
Nesta palestra irei apresentar alguns modelos estocásticos e métodos estatísticos que tenho utilizado ao longo dos anos para modelar e avaliar o desempenho da Internet e das redes de telecomunicações. Ao nível da Internet iremos ver como os métodos estatísticos permitem estimar tráfego de forma a prevenir congestionamentos na rede. Ao nível das redes de telecomunicações iremos ver modelos que permitem avaliar o desempenho e a qualidade de serviço das mesmas.

Nota biográfica:
Gonçalo Jacinto é professor auxiliar do Departamento de Matemática da Universidade de Évora, integrado no grupo de Probabilidades e Estatística. Doutorado e mestre em Matemática Aplicada, graus obtidos na Universidade de Lisboa, Instituto Superior Técnico, e licenciado em Matemática Aplicada pela Universidade de Évora.
Tem como principais áreas de interesse os processos estocásticos e suas aplicações, com especial interesse na modelação e avaliação de desempenho da Internet e redes de telecomunicações. Realiza também investigação científica na área da modelação estatística e análise de dados, onde é autor de diversas publicações científicas nacionais e internacionais e de comunicações em conferências nacionais e internacionais, integrando também ao longo dos anos diversos projetos de investigação.


Magda Rebelo
Departamento de Matemática, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa

Título:
Matemática e Testes de Gravidez

Resumo:
Nesta sessão será apresentado de que forma a matemática pode ser útil na construção de um teste de gravidez, o ClearBlue (https://pt.clearblue.com/testes-de-gravidez). Durante a gravidez a hormona hCG (hormona gonadotrofina coriónica) é produzida pela placenta e pode ser detetada na urina da mulher dez dias após a fecundação. O ClearBlue é um teste de gravidez que visa detetar a presença ou não da hormona hCG na urina da mulher. Este teste consiste num pequeno recipiente com uma vareta que possui anticorpos. O recipiente é preenchido com urina e, na presença da hormona hCG ocorre uma reação química, entre o anticorpo e a hormona hCG, e a cor azul aparece na janela de resultado do teste indicando o resultado positivo do teste.
Neste seminário pretende-se explicar de que modo podemos modelar a reação química que ocorre entre a hormona hCG e o anticorpo e posteriormente através da análise numérica do modelo afinar as variáveis que definem o teste de gravidez de modo a que a reação química ocorra num curto espaço de tempo.

Nota biográfica:
Magda Rebelo é licenciada em Matemática Pura pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, é mestre em Matemática Aplicada, especialização em Análise Numérica, e doutorada em Matemática, especialização em Análise Numérica pelo Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa.
Atualmente é professora auxiliar no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e investigadora no Centro Matemática e Aplicações da Universidade Nova de Lisboa. Recentemente tem desenvolvido trabalhos científicos na área da análise numérica de equações com derivadas de ordem não inteira, e nos últimos 3 anos integra a equipa de um projeto europeu (http://fractional-systems.eu/) que se dedica ao estudo deste tipo de problemas com aplicações à engenharia.


Pedro Macias Marques
Departamento de Matemática, Escola de Ciências e Tecnologia, Universidade de Évora

Título:
Construções geométricas e números

Resumo:
Os primeiros números que aprendemos, às vezes ainda antes de saber falar, são os naturais. Depois habituamo-nos a dividir estes números em várias partes e encontramos os racionais. No entanto, as figuras geométricas mais simples, como o quadrado ou a circunferência, fornecem-nos logo novos números que não se podem exprimir como quociente de dois inteiros. Vamos ver vários exemplos em que a geometria nos traz novos números e como nos pode ajudar a entendê-los.

Nota biográfica:
Pedro Macias Marques é professor auxiliar no Departamento de Matemática da Universidade de Évora e membro do Centro de Investigação em Matemática e Aplicações. Doutorado em Matemática pela Universidade de Barcelona (2009), fez a licenciatura e o mestrado em Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Faz investigação em geometria algébrica e em álgebra comutativa, dedicando-se ao estudo de fibrados vetoriais sobre variedades projetivas, de álgebras artininas de Gorenstein e a problemas relacionados com o rank de tensores. Colabora no Grupo de Trabalho de Geometria da Associação de Professores de Matemática.